sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

CFC e CPC - E-books sobre IFRS

O CFC em parceria com o CPC lançou a edição digital contendo a íntegra dos CPC e Interpretações Técnicas emitidos em 2009 , bem como o CPC para micro e pequenas empresas.

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Como recuperar os livros digitais

Durante a fase piloto do projeto Sped, discutiu-se sobre a importância da escrituração fiscal e contábil e o tipo de mudança que esta representava para as empresas, principalmente, em relação ao armazenamento das informações.

As empresas vinham de um modelo em papel, em que os livros eram encadernados, registrados e arquivados em um “arquivo morto”. Muitas, cresceram armazenando livros fiscais, notas fiscais, uma economia altamente rentável, em uma época onde os espaços de arquivos eram raros. Até que surge o novo modelo digital e algumas empresas não mudaram os seus processos e continuam a armazenar as EFD/ECD em desktop, em um servidor qualquer das áreas fiscal e contábil, ou em DVD. Até que o inesperado acontece e por acidente, os arquivos se perdem.

Como recuperar estes livros digitais?

Nesta situação, a empresa pode baixar o programa RECEITANET BX e com o certificado digital, pode fazer o download do arquivo enviado desde que este já tenha sido registrado. Porém, a RFB adverte que esta possibilidade é exclusiva para este período de adaptação e que ela não pretende ser o back-office das empresas.

Na verdade, este é mais um processo de mudança para as empresas, que necessitam de uma melhor gestão. As multinacionais que tem sede fora do país e até empresas que tem ações negociadas na bolsa de Nova Iorque, por exemplo, tiveram de olhar para este processo forçadas pela SOX Sarbanes Oxley (Lei americana que estabelece novos padrões de governança). Outras, mantém seus sistemas em algum Datacenter e ainda nem pensaram a respeito.

Fonte: Newsletter Aliz Informa nº 30 - Ano I – 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sofisticação contábil não impede fraudes bancárias

Por S. Barreto Motta

Monitor Mercantil. 30.11.2010

No Brasil e no mundo, verifica-se uma crescente contradição. A contabilidade se sofistica, são criadas exigências de amplitude internacional e os resultados são pífios. No caso do Banco Nacional - que, quando quebrou, era o sexto maior do país - a fraude era quase ingênua: credores insignificantes recebiam cada vez maiores créditos contábeis e, com isso, propiciavam lucros crescentes, embora inventados - mas que geravam bônus para os executivos. No imbróglio do Banco PanAmericano, não só a importante auditora independente Deloitte deveria ter constatado a dança dos números, como também as empresas pagas pela Caixa Econômica Federal - sócia de 49% do empreendimento - poderiam ter visto alguma coisa além dos aviões de carreira.

Internacionalmente, a situação não é melhor. Pouco antes de quebrar, a seguradora AIG ostentava a cotação AAA, o conhecido "triple A", destinado apenas à nata dos empreendimentos. Os jovens economistas sabem que, para ingressar em empresas de auditoria têm de apresentar um belo currículo, mostrar esperteza, inteligência e outros dons, como boa apresentação e capacidade de se relacionar. O patrão é exigente, mas, em troca, o salário é polpudo. Mas de que vale tudo isso, se auditorias não detectam os enganos e fraudes? O lado mais triste da questão é o interesse entrelaçado. As empresas responsáveis pela auditoria têm de descobrir erros de quem lhes paga, o que pode ser doloroso. E, no caso norte-americano, descobriu-se que empresas de auditoria - ou suas subsidiárias - tinham lucros extras, ao participar do lançamento de papéis das empresas auditadas em novos mercados.

Todo dia, se anuncia um passo acima na análise de balanços. Até os governos vão passar por isso. Informa Ernst & Young que, até 2012, se o mundo não acabar, como alardeiam os pessimistas, o Brasil terá de adotar padrão contábil internacional nas contas públicas. Diz a multinacional: " O governo federal já está em fase avançada do processo de adequação às normas que, mais que uma padronização, representará maior transparência na contabilização de ganhos e perdas.

Os municípios também terão de se enquadrar às novas regras, mas terão até 2013 para isso".

Prossegue Ernst & Young: " A adesão ao IPSAS (sigla em inglês para International Public Sector Accounting Standards) é um processo semelhante ao das companhias do setor privado, que estão em processo de padronização internacional das normas de contabilidade, o IFRS (International Financial Reporting Standards)". O novo padrão deverá dar maior clareza à situação patrimonial de União, Estados e Municípios, por meio de uma contabilização atualizada dos seus ativos e passivos. Líder global em serviços de auditoria, impostos, transações corporativas e consultoria, auto-informa a companhia: " Em todo o mundo, a empresa tem 144 mil colaboradores unidos por valores pautados pela ética e pelo compromisso constante com a qualidade".

Mais do que nunca, ética é o que falta nesse business. A voz de Lula A última entrevista de Lula aos correspondentes estrangeiros, no Rio, foi em 2002. O novo encontro será nesta sexta-feira, no Hotel Sofitel.

Segundo se comenta, os gringos querem, especialmente, saber como Lula passará os próximos quatro anos, se de papo pro ar, se à frente de um cargo ligado à ONU ou mexendo os pauzinhos na política interna.

Auditoria multada por não emitir ressalva

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) considerou a KPMG Auditores
Independentes culpada por omitir uma ressalva em um relatório sobre as
contas da Perdigão em 2008 e aplicou uma multa de R$ 500 mil à auditoria. Os
responsáveis técnicos pelo relatório, José Luiz Ribeiro de Carvalho e
Charles Krieck, também foram multados em R$ 100 mil cada um.

"A ressalva seria devida em razão do procedimento contábil inadequado
utilizado pela companhia, que, após incorporar a sua controlada Eleva
Alimentos S.A., amortizou integralmente o ágio oriundo da expectativa de
rentabilidade futura dessa controlada", afirmou a CVM em nota.

Segundo as regras da comissão, o ágio deveria ser amortizado em até dez
anos, não de uma vez, e o fato incomum deveria ter sido apresentado como uma
ressalva. Os acusados ainda podem entrar com recurso.

Fonte: Portal Terra Economia -
http://economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201012012218_RE
D_79415010

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Maquiagem nas contas do Carrefour

Auditoria de rombo do Carrefour é a mesma do PanAmericano

Por Mariana Barbosa/Carolina Matos

(Folha São Paulo - 01.12.2010)

A auditoria nas contas do Carrefour Brasil detectou um rombo contábil de R$ 1,2 bilhão. O valor é o triplo do que foi reconhecido em outubro pela matriz francesa, de R$ 400 milhões.

Em julho, a revelação de irregularidades nas contas da rede varejista no Brasil provocou a saída do então presidente, Jean Marc Pueyo, e de toda a diretoria.

Também provocou o rompimento do contrato com a auditoria Deloitte, a mesma envolvida no escândalo do banco PanAmericano.

A Deloitte foi responsável por auditar as contas do Carrefour nos cincos anos até 2009. Auditou, portanto, as contas de toda a gestão de Pueyo, que assumiu o cargo em 2006.

O prejuízo total da empresa foi revelado após a conclusão das auditorias interna e externa realizadas pela KPMG, contratada após a demissão de Pueyo.

Em entrevista a analistas ontem na França, o presidente mundial do Carrefour, Lars Olofsson, afirmou que o valor se refere a problemas apurados "nos últimos cinco anos ou mais".

Em nota, o Carrefour diz que as perdas, que serão incorporadas como despesas não recorrentes em 2010, envolvem itens como ajustes de depreciação e provisões ligadas a litígios trabalhistas.

A Folha apurou que a maquiagem no balanço da rede varejista decorre de uma prática considerada comum no varejo brasileiro no passado, mas que não combina com as regras de governança.

Trata-se de descontar, das despesas, bonificações negociadas com a indústria na compra de produtos. Mas nem sempre os descontos se materializam, e o balanço registra como despesa um valor inferior ao gasto.

A mesma prática teria provocado a saída do presidente do Walmart Brasil, Hector Nuñez, também neste ano.

Procurada, a Deloitte nega irregularidades nas contas do Carrefour. "Se o problema fosse relativo a anos passados, eles não seriam contabilizados em 2010, mas seria necessário refazer os balanços anteriores", diz Maurício Resende, sócio da auditoria.

Ele diz que tanto a Deloitte quanto a KPMG auditam contas do Carrefour globalmente e que sua substituição pela KPMG no país faz parte um rodízio determinado pelo cliente.

O Carrefour ressalta que há investigações em curso "que permitirão determinar a existência de possíveis responsabilidades". Essa apuração, de acordo com a companhia, deverá ser concluída até o fim do ano.

Apesar das perdas, Olofsson declarou que o Brasil é prioritário e que os planos de expansão estão mantidos.


Fonte: Folha de São Paulo

A contabilidade no mundo plano

Em sua obra "O mundo é plano", Thomas L. Friedman, aborda o tema da planificação do mundo, demonstrando o porque da queda das barreiras que tem permitido uma economia cada vez mais globalizada.

Ele exemplifica o resultado desta planificação citando que contadores dos EUA estão perdendo mercado de trabalho para os contadores indianos, os quais já monopolizam a confecção das declarações de imposto de renda.

O domínio da lígua inglesa tem sido um diferencial para os indianos, e neste contexto de normas contábeis unificadas o mercado contábil se expandirá para além das obrigações tributárias. Os indianos tem grande chance de abocanharem uma grande fatia do mercado contábil americano.

Veja também um texto que fala sobre o mercado de trabalho contábil no Sri Lanka (O futuro da contabilidade depende do Sri Lanka), postado no site de César Tibúrcio, onde é citado como este pequeno pais já faz a contabilidade de grandes corporações transnacionais.
Em tempo: o mercado de trabalho contábil não é mais local, quem não acordar para esta realidade de repente vai acordar e ver que seu cliente optou por um contador do outro lado do mundo, e o que é pior, não apenas as grandes empresa podem escolher um contador do outro lado, mas até pequenas e médias empresas podem fazer esta opção, já que as normas para elas também se globalizaram. Contadores do Brasil, globalizai-vos! Será que isto é realmente o melhor? O tempo dirá, pois as próximas bolhas estão a estorar, e até quando o mensageiro não será responsabilizado? (veja aqui, aqui e aqui).

(AAS)